Para Além dos Muros da Clínica: Minha Atuação como Terapeuta Ocupacional em Territórios Indígenas e Quilombolas
Quando pensamos em Terapia Ocupacional, a imagem que geralmente vem à mente é a de uma clínica, um hospital ou uma escola. Mas e se eu te disser que uma das atuações mais profundas e transformadoras da minha profissão acontece com os pés no barro, em rodas de conversa debaixo de uma mangueira e em meio ao som da mata e dos cantos ancestrais? Atuar como terapeuta ocupacional (T.O.) em comunidades indígenas e quilombolas é, antes de tudo, um convite para se despir de certezas e calçar as sandálias da escuta. É entender que a técnica e o conhecimento acadêmico não significam nada se não vierem acompanhados de respeito profundo, humildade e uma disposição genuína para aprender. Meu papel aqui não é "levar" soluções, mas construir com as comunidades, valorizando seus saberes, suas lutas e seus modos de vida. O Primeiro Passo: Pedir Licença e Escutar 👂🏽 O trabalho não começa com uma avaliação padronizada. Ele começa com um pedido de licença às lideranças — caciques, pajés, presi...